sábado, 26 de março de 2011

Exame de DNA em corpo de Tim Maia deve ser feito por laboratório da Uerj; conheça o procedimento

A Justiça do Rio de Janeiro autorizou na última terça-feira (22) a exumação do corpo do cantor Sebastião Rodrigues Maia, mais conhecido como Tim Maia. O pedido foi feito por uma suposta filha do artista, morto em 1998, para exame de paternidade. Ainda não há data para o recolhimento de amostras do cantor para o exame. O procedimento deverá ser realizado pelo Laboratório de Diagnóstico por DNA da Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro).
A bióloga e perita do laboratório, Deise Silva, explicou que não é possível dizer se o exame de paternidade com amostras do cantor será bem sucedido. Isso porque o resultado de um teste de DNA depende de uma série de fatores.
- A qualidade das amostras biológicas dependem das condições de como o corpo é encontrado. Independente de quanto tempo esteja enterrado, é preciso levar em consideração o ambiente, o sexo e idade da pessoa. Por exemplo, locais secos são mais propícios à conservação do que ambientes úmidos, onde os micro-organismos se reproduzem mais rápido.
Deise explicou que as amostras só podem ser colhidas após um pedido da Justiça e que uma série de profissionais deve participar da exumação do corpo. No caso de uma coleta de material para um teste de paternidade, não é preciso uma remoção total dos restos mortais.
- Uma coleta de material é feita na presença do administrador do cemitério, de uma autoridade policial - geralmente um delegado que resguarda o local - um médico legista e sua equipe, além de um perito técnico.
Em geral o material é coletado da ossada ou da arcada dentária.


- Cada situação é única e os peritos avaliam as condições e a quantidade de material que deve ser recolhido.

O prazo para entrega do resultado do exame de DNA é de quatro meses, em média. A perita explica que cada caso precisar ser estudado. A qualidade do material genético é o que determina o tempo necessário e a precisão do exame.
- Nós buscamos o núcleo da molécula, onde está a carga genética.
No entanto, ainda de acordo com Deise, o material coletado de uma ossada ou de um cadáver nem sempre pode ser usado.
- Quanto mais conservada está a amostra, mais precisão dos dados do exame de DNA.
Ela diz que, dependendo das condições da amostra recolhida do cadáver, o material genético de parentes de primeiro grau, como filhos e irmãos, por exemplo, pode ser mais preciso do que do possível genitor.
- Neste caso é importante que o maior número de parentes participe com amostras de material genético, para haver maior precisão no exame de DNA.
Após a conclusão dos exames, um laudo é enviado de volta para Justiça, que anexa o resultado como uma das provas do processo. Caberá ao juiz responsável pelo caso analisar essas provas e chegar a uma conclusão do processo.

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